quinta-feira, 24 de abril de 2014

Alienação onírica lúcida


1.    Lúcida. Existe a alienação onírica lúcida. A alienação onírica não é apenas privativa dos sonhos não lúcidos ela pode ocorrer nos sonhos lúcidos, por mais que isso possa parecer ilógico.
2.    Cognição. Apenas reconhecer que se está em um sonho não é panaceia para todos os males, profilaxia ou a solução de todos os problemas.
3.    Fenômeno. Fenômeno em que consiste que um sonhador lúcido mínimo e médio sofram de perturbações oníricas, impressões oníricas distorções próprias ou alheias em seus processos mentais, cognitivos, existenciais, através de informações inverídicas, situações oníricas falseadas,
4.    Poder. As pessoas não se preocupam muito com o real poder dos sonhos lúcidos. Prefere pensar que os sonhos são apenas belas fantasias oníricas sem mais conseqüências, em alguns casos.
5.    Comprometimento. No caso da alienação onírica esta comprometida:

  • A responsabilidade consciencial
  • A ética transpessoal

6.    Ocorrência. Ela pode ocorrer nos níveis de sonhos lúcidos mínimo, mais comuns, e no sonho lúcido médio, mais raro. Nem é preciso dizer que não existe alienação onírica ou alienador onírico no sonho lúcido máximo ou plenamente lúcido por uma questão de lógica simples.
7.    Imaturidade. É um caso simples de imaturidade onírica, o que mostra que esse sonhador lúcido ainda não sabe sonhar lucidamente com as nuances, sensibilidades, perspicácias devidas.
8.    Inabilidade. É um caso, também de inabilidade do sonhador lúcido.
9.    Exemplo. Eis aqui uma lista de exemplos de alienação lúcido onírica:

  • Projeção da consciência. O sonhador pensa que o mundo onírico, estado onírico, dimensão onírica, plano onírico, vigília onírica é o mundo da vigília ativa, estado beta, ou outra dimensão.
  • Sonhos recorrentes de voo sem reconhecimento consciencial. O sonhador sonha que esta voando, mas não consegue perceber que é um sonho e aumentar a usa lucidez.

10. Ética. O sonhador lúcido que age sem ética transpessoal, caso do sonho lúcido médio, ou sonho lúcido comum para espionagem onírica, imposição de ideia onírica, terror onírico dirigido, peadelo teleguiado, etc. comete alienação onírica lúcida.
11. Déficit. Em termos de energia onírica o sonhador lúcido alienado tem um déficit de energia muito grande que tenta suprir com os seus sonhos lúcidos alienados..
12. Desperdício. Quem esta por traz da alienação onírica lúcida é o alienador lúcido onírico, um sonhador lúcido médio, que quer tirar vantagem de sua posição impar de controle dos sonhos e dos sonhadores.
13. Situação. Nós podemos estar sendo vítima de alienação onírica em algum grau e não nos darmos conta disso.
14. Sutil. As alienações oníricas que são muito sutis, o que leva o sonhador inexperiente tomar como realidade onírica e não questionar a sua posição.
15. Dependência. O processo todo vai depender da psicologia do sonhador, sua consciência crítica, a maturidade onírica, e outras variáveis.
16. Profilaxia. A melhor profilaxia para a alienação onírica é utilizar o procedimento onírico do sonhador lúcido na vigília onírica e ter em mente que o objetivo principal do sonhador lúcido é a ampliação da lucidez onírica ou expansão da consciência onírica, o mais é secundário, assessório.
17. Budismo. O budismo tibetano com a ioga do estado do sonho foi quem melhor abordou a alienação onírica, se bem que de outra forma. Para eles tudo era ilusão e que se precisava chegar à realidade essencial das coisas, ou seja, a mente.
18. Escola da vida. Em termos da escola da vida temos a seguinte situação

  • Aluno nota 10 inalienável
  • Aluno nota 9,75 inalienavel
  • Alunos nota 9,5 poucos alienáveis e alienadores
  • Alunos nota 9,0 muitos alienáveis poucos alienadores
  • Alunos nota 8,0 muitos alienáveis poucos alienadores
  • Alunos nota 7,0 muitos alienáveis poucos alienadores
  • Alunos nota 6,0 para baixo alienáveis

19. Diferanças. Existem diferenças significativas entre o pesadelo lúcido e a alienação onírica lúcida


Alienação onírica
Pesadelo lúcido
Origem fisiológica
Origem patológica
Não consciente do seu estado
Consciente do seu estado
Vontade não afetada
Vontade afetada
Longa duração 
Curta duração
Não recorrência onírica
Recorrência onírica
Imagens agradáveis
Imagens desagradáveis


20. Moderna. Na nossa sociedade moderna encontramos um forte alienador onírico no hedonismo e a procura de emoções forte, na base do aumento da adrenalina. Assim temos sonhadores lúcidos presos a sonhos recorrentes de prazeres sem fim.
21. Mecanismos. Diversos são os mecanismos que envolvem a alienação onífrica, dentre os quais destacamos:

  • Interesse. O alienado onírico tem grande interesse nessa situação, processo, forma.
  • Informacional. São informações distorcidas, equivocadas, meias verdades, falácias.
  • Existencial. O contexto existencial do sonhador lúcido, sua realidade sociológica, os problemas do dia a dia, a sua imaturidade existencial etc.
  • Onírico. Falsas percepções oníricas, incapacidades oníricas, imaturidades oníricas.
  • Psicológico. As carências do sonhador lúcido, a imaturidade psicológica do sonhador.
  • Consciencial. A suas experiências conscienciais, sua imaturidade existencial.
  • Histórico. Momento histórico pessoal e geral em que envolve o sonhador e o seu grupossone. Por exemplo
ü  União Soviética e o materialismo histórico
ü  Idade média e igreja católica
ü  Materialismo hedonista moderno e os sonhos lúcidos de lazer
  • Transpessoal.
22.  Filmes. Eis aqui uma lista de filmes em que encontramos alienação onírica lúcida ou idéia semelhante:

  • Mattrix
  • Vanila Sky
  • A origem
  • A morte do presidente
  • A cela
  • Entre o bem e o mal

Referencias bibliográfica e fontes de pesquisa

  1. Aquino, Otavio – ética transpessoal 1 - http://conscienciocritica.blogspot.com.br/2011/03/etica-transpessoal-1.html acessado em 24.04.14
  2. Aquino, Otavio – Sonho lúcido e mauridade consciencial  - https://conscienciocritica.blogspot.com/b/post-preview?token=Wck9lkUBAAA.y7WWUhoJ56-_QXnIMdQYXA.YOmUbp3_-5I5cOXwU4Al-A&postId=9081115589916003280&type=POST acessado em 24.04.14
  3. Aquino, Otavio – Sonho lúcido e Vanila Sky - https://conscienciocritica.blogspot.com/b/post-preview?token=Wck9lkUBAAA.y7WWUhoJ56-_QXnIMdQYXA.YOmUbp3_-5I5cOXwU4Al-A&postId=9081115589916003280&type=POST acessado em 24.04.14
  4. Aquino, Otávio – Inabiliade do sonhador lúcido - http://sonhoslucidus.blogspot.com.br/2010/05/inabilidadio de experiencias es-do-sonhador-lucido.html acessado em 24.04.14
  5. Aquino, Otavio – Teoria e prática dos sonhos lúcidos XAMA – 1995
  6. LaBerge, Stephen – Sonho lúcido- Siciliano
  7. Viera, Waldo – Projeciologia, edição do autor – 1986
  8. Viera, Waldo - Projeções da consciênia: Diário de experiências fora do corpo físico 1982 – Livraria Alan kardeck
Otávio Aquino

sábado, 19 de abril de 2014

Assistência onírica


Definição. Assistência feita na vigília onírica através dos diversos tipos de sonhos
Nomes. Outros nomes pelo qual é conhecido:

1.    Assistência inteligente nos sonhos
2.    Auxílio onírico
3.    Tarefa assistencial nos sonhos

Sonhos. Nos sonhos os sonhadores físicos mais adiantados podem realizar, fazer, produzir, imprimir, assistência das mais diversas formas, tais como:

1.    Idéias vindas dos sonhos
2.    Sonhos solucionadores de problemas
3.    Imagens de curas
4.    Sonhos compartilhados
5.    Avisos
6.    Sonhos de compensação
7.    Advertências
8.    Sonhos energéticos
9.    Sonhos políticos
10. Sonhos precognitivos
11. Sonhos

História. Dentro da história do planeta terra, o ser humano recebeu centenas de sonhos que modificaram as suas vidas em particular e das pessoas no geral.
Exemplo. Temos diversos exemplos desses tipos de assistência. Assim temos: tomadas de decisões, pinturaas, músicas, descobertas científicas. Inventos, sonhos solucionadores de problemas, etc.
Introduzidas. Muitas dessas idéias foram introduzidas em seus sonhos por outros sonhadores mais evoluídos, lúcidos, preocupados com o crescimento psicológico da humanidade.
Mecanismos. Dentre os diversos tipos de sonhos, fenômenso paralelos aos sonhos lúcidos, em que são utilizados para a assistência onírica temos:

1.    Sonho compartilhado
2.    Sonho compartilhado com sonhador teta
3.    Sonho transpessoal
4.    Sonho de cura
5.    Sonho telepático
6.    Sonho de compensação
7.    Afinidade
8.    Projeção da lucidez onírica para a vigília ativa

Características. A assistência onírica se caracteriza por:

1.    Ética ranspessoal
2.    Emoções racionalizadas
3.    Racionalidade
4.    Inteligente

Terapia. Ser útil aos outros é uma verdadeira terapia, a utilterapia.
Utilização. Quando o sonhador utiliza a asistência onírica, ele obtem, ganha, aufere, recebe, para si: aumento das notas da escola da vida auxilia para outras tarefas que ele precise fazer: aumento da lucidez consciencial, aumento do crescimento psicológico, aproxima-se mais da maxamizade.

1.    Aumento das notas da escola da vida. Faz parte das notas da escola da vida a asssitência onírica
2.    Auxilio para outras tarefas que ele precise fazer. Nós temos muitas tarefas, lições, trabalhos escolares, coisas a realizar para a conclusão dessa etapa na escola da vida, quanto mais ajudarmos os outros mais seremos ajudados.
3.    Aumento da lucidez consciencial
4.    Aumento do crescimento psicológico. Quanto mais altruísta é uma pessoa, mais ela é matura psicologicamente falando.
5.    Aproxima-se mais da maxamizade. A maxamizade não aparece de repente, ela precisa de muito tempo par se instalar.

Referencias bibliográfica e fontes de pesquisa

  1. Aquino, Otavio  -Maturidade onírica - http://onirocritica.blogspot.com.br/2008/12/maturidade-onirica.html
  2. Aquino, Otavio – Teoria e prática dos sonhos lúcidos – editora XAMA – 1995.
  3. Fontana, David - Á vida nos sonhos - Record -1994
  4. Hewitt, William W. além da hipnóse - 1989 - editora siciliano
  5. LaBerge, Stephen - Sonhos Lúcidos - Editora Siciliano- SP – 1990
  6. Waldo Vieira - projeções da consciência - l* edição - lake - livraria alan kardeck editora - sp – Brasil
Otávio Aquino

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Sonhos lucidos cerebrais


Sonhos lúcidos cerebrais

  1. Pesquisador. Um pesquisador lançou a hipótese dos sonhos cerebrais, tema esse abordado por mim no post com o mesmo nome.
  2. Cérebro. O cérebro é responsável por diversas funções psíquicas, mas isso não significa que seja a origem de tudo.
  3. Complexidades. Há diversos tipos de sonhos e alguns muito complexos que não podem ser explicados pela ciência convencional, mecanicista. Podemos ter:

  • Sonhos solucionadores de problemas com soluções não possíveis pelo sonhador
  • Sonhos compartilhados teta sonhar com falecidos e obter confirmação
  • Sonhos complexos aonde o sonho de um sonhador completa o sonho de outro

  1. Sinapses. São as intercomunicações entre os neurônios, entre as glândulas, entre os músculos, produzindo as respostas aos estímulos.
  2. Corrente. Existe uma corrente materialista, reducionista, que quer reduzir os sonhos as simples realidades produzidas pelo cérebro, sem sentido, desprovida de significado, função, importância.
  3. Topografia. O cérebro é composto por uma topografia que varia de pessoa para pessoa, com:

·         Sinapse
·         Núcleos
·         Vias
·         Cisuras
·         Hemisférios
·         Cerebelo
·         Corpo caloso
·         Regiões,
·         Sistemas

  1. Funcionamento. Todos funcionando em harmonia, consoante, uníssono, nos ciclo de vigília, sono, sonhos.
  2. Negação. É claro que não vamos negar o óbvio. Muita coisa depende do cérebro como podemos notar quando o cérebro esta anormalmente funcionando, seja através de trauma, infecção. Poe exemplo, sonhos vívidos de portadores de SIDA
  3. Dano. Assim podemos ter como dano ao cérebro:

  • Alteração do ciclo sono-vigília, com insônia permanente ou supersono
  • Alteração da personalidade, com alterações diametralmente opostas à personalidade antiga.
  • Alteração da consciência tais como coma, estado crepuscular.
  • Alteração das percepções trocar as percepções por outras.
  • Alteração das respostas não reconhecer objetos ou não poder nomea-los
  • alteração do sono e produção de sonhos em tumores cerebrais

  1. Sistema. Para a corrente materialista, o organismo, o corpo, o sonhador, é um sistena fechado, que não se comunica com outros subsistemas, o que não é visto, observado, comprovado na prática
  2. Lúcido. Sob esse argumento o sonho lúcido cerebral seria apenas a lucidez onírica interpretada neurologicamente, a atividade onírica nos diversos compartimentos do cérebro.
  3. Onirocrítica. Para a onirocrítica o sonhador é um sistema aberto (sonhos lúcidos compartilhados), comunicativo (comunicação com o pessoal de terra), interativo (interagem com o sonho),
  4. Problemas. O problema é que apenas as bases científicas e neurológicas atuais não conseguem explicar diversos fenômenos lúcidos oníricos, entre os quais destacamos:

  • Sonhos de vidas passadas
  • Sonhos compartilhados
  • Sonhos telepáticos
  • Sonhos telecinéticos
  • Sonhos clarividentes
  • Experiência de quase morte
  • Sonhos precognitivos
  • Sonho lúcido teta

  1. Explicação. Claro está de que a ciência oficial tem explicações para esses fenômenos que são parciais, incompletas, que não refletem a realidade dos fenômenos, apenas remetem a mais perguntas vazias e falta de respostas
  2. Lucidez. Parte da lucidez onírica realmente esta interligada ao cérebro, isso é inegável. Podemos perceber isso através de interações enre a lucidez onírica e:

  • Uso de remédios que alteram qualitativa e quantitativamente a consciência onírica
  • Alimentação exagerada que atrapalha o sono e os sonhos
  • Alimentação adequada que auxilia a conseguir a lucidez onírica
  • Intoxicações que produzem lucidez negativa
  • Extresse que atrapalha o sono e os sonhos ou auxilia a conseguir a lucidez onírica

  1. Cerebral. O sonho lúcido cerebral utiliza o aparelho cerebral para realizar certas tarefas, mais básicas (reconhecimento da lucidez onírica) e menos sofisticadas ( sonhos imaturos), mas já não o utiliza para realizar outras tarefas mais sofisticadas (alcançar a maturidade onírica) e mais avançadas (ampliação da lucidez onírica, projeção da lucidez onírica para a vigília ativa.
  2. Confusão. A maioria dos sonhadores lúcidos não vai confundir os sonhos lúcidos com o cérebro, mas estão por dentro das devidas correlações, inclusive apoiadas em pesquisas científicas.

Referencias bibliográfics e fontes de pesquisa

  1. Aquino, Otavio – Sonhos cerebrais http://onirocritica.blogspot.com.br/2010/07/sonhos-cerebrais.html - acessado em 03.01.14
  2. Candiane, Marcio – Precauções e efeitos adversos dos atidepressivos.  http://marciocandiani.site.med.br/index.asp?PageName=Precau-E7-F5es-20e-20efeitos-20adversos-20dos-20Antidepressivos-20-28IRS-29 – acessado em 02.01.14
  3. http://www.aids.gov.br/pagina/efeitos-colaterais acessado em 10.02.14
  4. http://en.wikipedia.org/wiki/Cognitive_neuroscience_of_dreams - acesssado em 16.02.14
  5. http://www.stanford.edu/~jbarral/Downloads/Neuro-Rapport.pdf - acessado 1m 05.01.14
  6. http://www.scielo.br/pdf/rbp/v21s1/v21s1a06.pdf -
  7. Rosa, Mario Miguel – Curso de faramacovigilancia e segurança do medicamento – pdf.
  8. http://pt.wikipedia.org/wiki/Cetamina - acessado em 31.01.14
  9. http://comportal.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=211&Itemid=221 acesssado em 31.01.14
  10. http://www.ebah.com.br/content/ABAAABCOoAL/farmacologia-neurotransmissao-dopaminergica?part=6 – acessado em 12.02.14
  11. http://www1.folha.uol.com.br/folha/treinamento/sono/te0412200423.shtml acessado em 05.01.14
  12. Hobson, Allan “Os sonhos são programas de treino em realidade virtual”
  13. pdf
  14. labnic.unige.ch/papers/Schwartz_etal_SANP2005.pdf
  15. Madlena, Lobo - Pertubação do sono rem - http://oficinadepsicologia.blogs.sapo.pt/37261.html -  acessado em 10.02.14
  16. http://www.parkinson.med.br/artigo_1.html
  17. http://www.md-health.com/Vivid-Dreams.html - acessado em 16.02.14http://www.psicnet.psc.br/v2/site/dicionario/registro_default.asp?ID=239 acessado em 31.01.14
  18. http://revistagalileu.globo.com/Galileu/0,6993,ECT578960-1719,00.html acessado em 31.01.14
  19. http://www.sobrenatural.org/noticia/detalhar/1990/insonia/ acessado em 10.02.14
  20. http://sonhosdoneuro.blogspot.com.br/2011/09/dormir-sonhar-e-lembrar-parte-5-o-sono.html acessado em 31.01.14
  21. http://pt.wikipedia.org/wiki/REM_(sono) acesssado em 23.10.13
  22. Varela, Drauzio – Abstinencia de antidepressivos - http://drauziovarella.com.br/dependencia-quimica/abstinencia-de-antidepressivos/  acessado em 10.02.14

sábado, 5 de abril de 2014

A importância dos Sonhos Lúcidos - Parte 4

Parte 4 - Sonhos e o bardo da morte
No Budismo Tibetano, encontramos o termo “bardo” para designar os estados intermediários da existência. Esta palavra tibetana quer dizer “transição” ou “Intermédio”. Tecnicamente falando, os textos budis­tas reconhecem quatro ou seis tipos de bardo, segundo as linhagens. Não há um bardo que seja mais verdadeiro que os outros, logo todos eles são “transitórios” ou “intermediários”.
Costuma-se dizer que o que experimentamos no sono e nos sonhos guarda semelhança com o que experimentamos nos estados de morte e pós-morte; nestes últimos, entretanto, de forma 20 vezes mais intensa que naqueles.
Ken Wilber:
Num certo sentido, a experiência do morrer e a experiência de quase morte (EQM) experimentadas por muitas pessoas e descritas em muitos textos são, na verdade, muito divertidas: relata-se universalmente que, uma vez superado o pavor de morrer, o processo passa a ser pleno de felicidade, de paz e de eventos extraordinários. Tendo-se porém completado a "subida", começa a "descida", ou bardo - e aí é que entra a dificuldade. Porque, ao chegar neste ponto, todas as nossas inclinações cármicas, todos os nossos apegos, desejos e medos aparecem realmente bem diante de nossos olhos, por assim dizer, como num sonho, pois o bardo da morte é uma dimensão puramente mental ou sutil, semelhante a um sonho, na qual tudo o que pensamos surge imediatamente como uma realidade.
Dessa forma, a manutenção da consciência desperta e mesmo o controle da mente quando entramos em sono e durante o sonho (SL) servirá como uma espécie de treinamento para a própria morte, pois podemos obter domínio completo no processo de renascimento pós-morte.
Sonhos e a meditação
Agora fica mais fácil compreender porque as práticas meditativas facilitam o desenvolvimento dos SL - e vice-versa. Como dissemos acima, nos SL exercitamos independência e autonomia frente aos estímulos oníricos, todos eles derivados de nossas pulsões, desejos, temores etc. Ora, a maioria das práticas meditativas procura estabelecer exatamente esse tipo de independência, principiando por exercícios de estabilização da mente e a mera (porém constante) observação dos pensamentos, sensações e emoções (não identificação / desapego). A estabilização da mente – assim como os exercícios de criação autônoma de estados mentais específicos, bem como visualizações, utilizados em muitas práticas meditativas – são inteiramente compatíveis com as práticas de SL.
Na verdade, podemos mesmo considerar que os SL são uma espécie de meditação.
Os SL e a meditação possibilitam um resgate de nossa própria liberdade frente aos condicionamentos impostos por nossa personalidade e auto-imagem adquiridas.
Nas palavras de Ken Wilber:
Toda forma de meditação é, basicamente, uma maneira de transcender o ego, ou de morrer para o ego. Neste sentido, ela imita a morte - isto é, a morte do ego. Quando progride razoavelmente bem num sistema qualquer de meditação, o indivíduo pode atingir um ponto em que, tendo "testemunhado" de maneira tão exaustiva a mente e o corpo, ele realmente se ergue acima da mente e do corpo, isto é, os transcende; "morre", assim para eles, para o ego, e desperta como alma sutil, ou mesmo espírito. E isto é efetivamente vivenciado como uma morte. No zen, é chamado de Grande Morte. Pode ser uma experiência bastante fácil, uma transcendência relativamente tranqüila do dualismo sujeito-objeto, mas também pode ser aterrorizante por abranger vários tipos de morte. Porém, sutil ou dramaticamente, rápida ou lentamente, morre ou se dissolve o sentido de que se é um eu separado, e o indivíduo encontra uma identidade primaz e mais elevada no (e enquanto) espírito universal.